30.7.06

eu penso no
peso do centro
do meu estado
denso

então, me preparo
pássaros sem fôlego
não voam

11.7.06

por mais que eu tente, os desejos sempre gritam. e nunca é tão simples, porque apesar de tentar e pensar "oh, fique quieta", os olhares em mim são inevitáveis, junto com as vontades. um beijo não é tão simples quanto parece, principalmente quando num banheiro, no escuro, inesperado. olhares não dizem nada, excepto quando de violão a tira colo e pele a tira olho. beijos e abraços nunca são de despedida quando as mãos e as bocas se misturam num eloquente grito de clemência para o "não", o "fica", o "diz tudo aquilo que eu quero que você diga". olhares nunca vazios quando seus olhos também me procuram. uma taça de vinho e um abraço. um beijo. tchau.

5.7.06

Concordo contigo quando dizes, desajeitada, menos do que aquilo que queria dizer.
Suponho que não me enganei tanto assim, talvez seja isso o que nos une.
Não me recordo se fui eu, ou se foste tu. Nunca sabemos bem para onde queremos ir.

2.7.06

Entendo que, como antes, hoje continuas apenas uma estranha.
Acontece-me calar, o silêncio de uma voz magoada. Dançando as mãos.
Respiro entre o bulício dos sons em que as nossas vidas se perderam.
Não importa que estejas longe, maltrata permaneceres aqui.

Quando tempo e espaço se fundirem lentamente, conseguirás ouvir as palavras gravadas nos gestos.
E vou desenhar as linhas do teu corpo em silêncio, num quarto vazio. Vazia.